segunda-feira, 21 de junho de 2010

recordações dolorosas

Ontem chorei por ti! Todos os dias penso em ti, mas há dias, momentos, acontecimentos, que são mais difíceis, que tornam tudo mais duro. Recordo cada minuto do dia em que partiste. Lembro-me de onde estive, onde fui, tudo o que fiz. Guardo várias mensagens que recebi. Mensagens de apoio, de incentivo, de força. Mensagens que me lembram que fiz tudo por ti, sem olhar a meios, sacrifícios, despesas. Que não podia controlar o avanço da doença. Que a culpa não é minha. Que devia guardar os momentos felizes que tivemos, que me deste, a tua vivacidade e alegria. Que é essa a marca que deixaste na minha vida. E, no entanto, não consigo esquecer as últimas semanas que passámos juntos, o sofrimento, o ver-te definhar, especialmente o dia em que senti que deixaste de lutar, por já não teres força. Ou talvez por saberes que já não tinhas hipótese, que ias perder. Que era melhor desistir, atirar a toalha, e ter a dignidade de enfrentar o teu destino de cabeça erguida e vontade inabalável. Mas fiquei sempre com a sensação que falhei, que não fiz tudo, que não tratei de algo atempadamente, que não falei com todas as pessoas que podiam ter travado o curso dos acontecimentos, que não fui capaz de resolver todos os problemas. E, por isso, partiste. Espero que esta sensação, que estes sentimentos, não representem uma traição à tua vida, uma injustiça à tua herança. Responsabilizo-me sobretudo por não ter estado a teu lado no último dia. Eu sabia que não devia ter ido. Mas asseguraram-me que tratavam de ti na minha ausência, que ias ficar bem. O teu olhar dizia-me para não me preocupar, que estavas estável, que aguentavas. E era só dia e meio, eu voltava rápido, não havia de correr mal. Mas, após aquele telefonema, quando me encontrei com quem já sabia, porque não conseguiram dar-me a notícia por telefone, não precisei de palavras. Olharam para mim e eu soube. Deixei-me cair no passeio, as minhas coisas espalhadas pelo chão, algumas na rua, com carros a passarem-lhes por cima. Eu não queria saber, nada disso me interessava. O meu mundo acabara de ruir, terminara. E eu não tinha estado lá! Não sentiste o meu toque no teu último suspiro, não ouviste a minha voz a confortar-te. Provavelmente sentiste-te abandonada. E a culpa foi minha! Ainda houve quem me dissesse que escolheste assim, que me tranquilizaste para eu ir, sabendo já o que te reservavam as horas seguintes, para me poupares ao sofrimento de ter ver partir. Acredito que tenhas feito isso. Tinhas essa capacidade, isso é certo. Mas mesmo assim acredito que falhei, que devia ter lá estado. Isso aumenta o meu sentimento de culpa. Perdoa-me por isso, peço-te. Mas não me consigo livrar dele. Por isso sofro, por isso tenho estes momentos duros, difíceis. Acredito que isso seja o meu castigo. Ainda agora, escrevo estas linhas e choro. Choro por ti, mas reconforta-me saber que mereço esta pena, por não ter feito tudo. Desculpa-me!

quarta-feira, 16 de junho de 2010

poluição por vuvuzela

Acredito que ele, o autor, não vai levar a mal que eu o cite, até porque vão ser dados os devidos créditos. Mas não podia deixar de colocar aqui esta frase tão perspicaz e pertinente.

“Não sei o que é mais prejudicial para o meio ambiente: se o derrame da BP no Golfo do México, se as vuvuzelas da Galp.” – Filipe Homem Fonseca, no seu blog.

E não é que as vuvuzelas me irritam profundamente??

segunda-feira, 14 de junho de 2010

aforismo #4

É preferível saber o momento e perder as palavras que saber as palavras e perder o momento.

quarta-feira, 9 de junho de 2010