quinta-feira, 30 de setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

seduções

Nunca fui de incontáveis conquistas. Nunca corri atrás de oportunidades e, sobretudo, nunca forcei nenhuma. Sempre gostei mais dos pequenos jogos de sedução, mais ou menos inocentes, das conversas com maior ou menor número de sentidos, dos sorrisos, dos olhares, dos pequenos toques, da diversão.

Abdiquei de tudo isso quando decidi ficar contigo, quando tive a certeza. Não apenas pelo compromisso, mas sobretudo pelo respeito, honestidade e transparência com a minha própria pessoa e com o nosso relacionamento. Deixei de estar atento ao surgimento de oportunidades. Porque estar numa relação é isso mesmo, deixar de ligar ao que se vai passando em nosso redor.

Sem ter consciência, tornei-me uma pessoa diferente. Deixei de ser quem era instintitiva e naturalmente. Perdi uma parte de mim. Curiosamente, apenas agora que vejo que tudo se desmorona, que não temos futuro e que o único fim para nós é o fim em si mesmo é que tomo conhecimento que não gosto de quem me tornei. Sou uma pessoa diferente mas, em meu entender, pior.

Aquilo que fica por saber é se vou conseguir voltar ao que era, se consigo recuperar a parte de mim que deixei para trás. Se é possível voltar a ser a pessoa completa que me sentia ou se vou ter de viver com um eu de quem não gosto. E, neste caso, se vou conseguir viver assim.

dados pessoais

Porque é que, hoje em dia, para aderir a um simples cartão de cliente de uma qualquer loja de roupa (ou outra) – e de notar que não é um cartão de compras nem de crédito, é apenas um cartão de acumulação de pontos, descontos, ofertas ou com possibilidade de acesso a informação privilegiada ou promoções exclusivas – são solicitados, além do normal e já vulgar nome, morada, e-mail, telefone, data de nascimento (“porque depois recebe uma oferta válida para o dia do seu aniversário”), os números de bilhete de identidade e de contribuinte?

Desde quando é que esses elementos deixaram de ser fornecidos apenas em situações/instituições realmente válidas e importantes?

domingo, 19 de setembro de 2010

gostar demais

Incomoda-me gostar assim de ti! Chateia-me, irrita-me mesmo! Parece-me demais, a maior parte das vezes. E torna tudo mais complicado. Seria tão mais simples se não gostasse tanto. Duas palavras bastariam para resolver tudo: “já chega!”. Assim mesmo, duas palavras, uma exclamação e tudo ficava bem. Provavelmente quererias explicações, motivos. Quase de certeza não te daria, não conseguiria talvez. Sobretudo não quereria. Poderia acrescentar, eventualmente, “não consigo mais” ou “não é isto que quero” ou ainda “isto não está bem, não faz sentido”. Ou uma combinação dos três. Mas, sinceramente, não acredito. Ficarias apenas com aquela exclamação, com as duas simples palavras. Não irias entender, possivelmente. Não, permite-me corrigir, entenderias de certeza. Tu sabes. Soubeste antes de mim, até.

Ah!, e não ajuda ser uma pessoa ponderada. Em certos assuntos, como por exemplo neste, devia ter uma atitude mais impulsiva. Até porque ter vontade de fazer a mesma coisa várias vezes ao longo de muitos meses não me parece que seja impulso.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

the sounds of silence

Sabemos que algo está definitivamente mal quando os momentos em que estamos juntos, em silêncio, lendo, ouvindo música, vendo televisão ou simplesmente sentados no sofá encostados um no outro, deixam de ser reconfortantes e passam a ser ensurdecedoramente incómodos e não vemos a hora de sair dali ou, pelo menos, ir dormir para entrar no plano inconsciente de ausência total de sentimentos.