segunda-feira, 2 de maio de 2011

o tempo é o que dele fazemos

“Estávamos os dois no mesmo apartamento e amávamos-nos. Não termos nada para fazer era o melhor que nos podia acontecer. Calei-me e baixei os olhos derrotado pela mania que os meus reflexos têm de contornar o Amor. Ela saiu da sala e só voltou uma hora depois. Acabámos abraçados com os meus dedos a dançarem nos cabelos dela. Os mesmos cabelos que olho agora.

Estou a pensar que não lhe torno a fazer isto. Nem a ela nem a mim. Não torno a falar do tempo que é só nosso como se fosse dispensável. Porque não é. Na verdade é o tempo mais importante da minha vida. Ainda por cima não se repete, o sacana. Quero estar com ela outra vez sem nada para fazer, para poder sorrir-lhe e abraçá-la sem o meu estúpido ar de tédio.

Que merda, esta mania que o Amor tem de se esconder por trás de coisas insignificantes. Ora atrás dum café, ora atrás dum jogo de futebol ou de um filme estúpido de que nunca ouvi falar. Não o deixo mais. A partir de agora vou lembrar-me: o Amor é o tempo, o Amor é o tempo.”

Parte deste texto, pelo sempre assertivo Bagaço Amarelo.

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