segunda-feira, 16 de agosto de 2010

triste efeméride

Faz hoje dois anos que partiste. Todos os pormenores desse dia estão tatuados na minha memória. Lembro-me de todos os acontecimentos, de todas as horas, de todos os momentos. Lembro-me dos últimos olhares que trocámos, das últimas palavras que te disse. Recordo distintamente os agradecimentos que te fiz e do perdão que te pedi, mesmo ambos sabendo que a responsabilidade não era minha. Tudo ainda é válido. Voltava a fazer tudo novamente e a dizer exactamente as mesmas coisas. Ou se calhar mais ainda.

Passámos juntos pouco mais de uma década. Houve momentos bons e menos bons. Altos e baixos, como em qualquer situação que se prolongue no tempo. Mas no geral foi um tempo de felicidade, de alegrias. Foram tempos muito bons.

Tornaste-me uma pessoa melhor. Ainda hoje isso se nota. Tento não cometer os erros que aconteceram contigo, e penso que consigo. Aprendi contigo e sei que aprendeste comigo. Juntos atingimos metas que se julgavam impossíveis. Apenas foi possível por trabalharmos em conjunto, por fazermos uma equipa motivada, que não se deixava abater e lutava sempre por vencer os obstáculos.

Naquela batalha perdemos. A nossa única derrota. Mas foi definitiva! A vida, a doença, venceu, derrotou-nos. Procuro acreditar diariamente que fizemos tudo o que era possível. Que fizemos tudo da forma correcta. Mas não foi suficiente, não chegou para atingirmos a meta proposta. Tu tiveste de partir e eu tenho de viver com a derrota desde então.

Sei que continuas a olhar para e por mim aí onde estás. E espero que sintas orgulho em mim. Grande parte do que sou e do que faço a ti o devo. E, por isso, agradeço-te, sempre. Obrigado! Sinto a tua falta!

PS: na noite passada sonhei contigo. Há já muito tempo que não acontecia e aconteceu logo na madrugada do dia de aniversário da tua morte. Sei que fizeste algo que provocou isso. Mas não era preciso. Nunca vou esquecer este dia, de tão negro que foi. E nunca me vou esquecer de ti!

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