Faz hoje dois anos que partiste. Todos os pormenores desse dia estão tatuados na minha memória. Lembro-me de todos os acontecimentos, de todas as horas, de todos os momentos. Lembro-me dos últimos olhares que trocámos, das últimas palavras que te disse. Recordo distintamente os agradecimentos que te fiz e do perdão que te pedi, mesmo ambos sabendo que a responsabilidade não era minha. Tudo ainda é válido. Voltava a fazer tudo novamente e a dizer exactamente as mesmas coisas. Ou se calhar mais ainda.
Passámos juntos pouco mais de uma década. Houve momentos bons e menos bons. Altos e baixos, como em qualquer situação que se prolongue no tempo. Mas no geral foi um tempo de felicidade, de alegrias. Foram tempos muito bons.
Tornaste-me uma pessoa melhor. Ainda hoje isso se nota. Tento não cometer os erros que aconteceram contigo, e penso que consigo. Aprendi contigo e sei que aprendeste comigo. Juntos atingimos metas que se julgavam impossíveis. Apenas foi possível por trabalharmos em conjunto, por fazermos uma equipa motivada, que não se deixava abater e lutava sempre por vencer os obstáculos.
Naquela batalha perdemos. A nossa única derrota. Mas foi definitiva! A vida, a doença, venceu, derrotou-nos. Procuro acreditar diariamente que fizemos tudo o que era possível. Que fizemos tudo da forma correcta. Mas não foi suficiente, não chegou para atingirmos a meta proposta. Tu tiveste de partir e eu tenho de viver com a derrota desde então.
Sei que continuas a olhar para e por mim aí onde estás. E espero que sintas orgulho em mim. Grande parte do que sou e do que faço a ti o devo. E, por isso, agradeço-te, sempre. Obrigado! Sinto a tua falta!
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