segunda-feira, 1 de novembro de 2010

mais um adeus

Foi em 2004 que nos conhecemos, mas a empatia sentida e a amizade que se gerou foi tão pura, tão honesta e tão forte que faz este tempo parecer décadas. Passámos muitos bons momentos juntos, também estivemos lado a lado em momentos menos bons, tantos meus como teus. Sempre tiveste, com toda a gente que recebias como amigos, uma palavra de apoio mas não de benevolência gratuita. Sempre com capacidade de análise e crítica, revelavas os pontos em que cada um estava certo e errado. Sempre tinhas um abraço e um sorriso assim como uma palavra. Nem que fosse um insulto, para nos chamar à realidade ou apenas para desanuviar o ambiente.

Tivemos grandes festas, jantares inesquecíveis, noites infindáveis, conversas excelentes. Aprendi contigo e espero também ter contribuído para o teu enriquecimento pessoal. O teu prazer de viver e de conviver era único e, em verdade, contagiante.

Ontem foi o dia mais negro. Não conseguiste fintar a morte uma segunda vez. Quando a encontrar vou cuspir-lhe na cara, por ti! Levou-te, mas deste-lhe luta. Teve de voltar uma segunda vez, depois de a teres mandado embora da primeira com o rabo entre as pernas.

É impossível descrever o que se sente. Mas tu sabes o que pensa cada um que está a viver a tua perda.

Uma coisa é certa: seja lá onde estiveres agora, de acordo com aquilo em que (não) acreditavas, estás rodeado de amigos, daqueles que já não vias há mais ou menos tempo, por impossibilidade física, a conversar, em animadas tertúlias e em acesas discussões ou à volta da mesa a apreciar uma boa comida e uma ainda melhor bebida, tal como fazias enquanto cá estiveste. E podes ler os teus livros favoritos, ouvir a tua boa música, filosofar e o que mais te apeteça e te dê prazer.

Foi um privilégio conhecer-te e poder chamar-nos de amigos! Para ti, meu bom amigo C., um abraço apertado e um grande beijo. Até à próxima!

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