“Não é para morrer
Apagou-se a minha memória da dor. Fiquei a flutuar num limbo qualquer, tudo branco à minha volta e depois as vozes das pessoas que não conheço, apenas nomes e queixas, opiniões e contradições, preconceitos e conceitos, juízos de valor. Pensei: não tens saúde para isto. Não tens vontade de viver assim. As pessoas deviam estar caladas? Não, as pessoas deviam rir-se delas próprias e não terem de dar explicações. As pessoas deviam refilar com argumentos de peso. As pessoas deviam saber ouvir. Há muito tempo que deixámos de ouvir os outros. Pontificamos. A dor agora é apenas uma recordação. Uma coisa ligeira. O tubo é transparente, a luz é branca. Há um miúdo que pergunta: mãe, é para morrer?”
Pela Patrícia Reis, aqui.
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